domingo, 26 de setembro de 2010

Pacientes chegam às academias...

É crescente o número de profissionais de educação física que estão se especializando em orientar diabéticos, hipertensos e até transplantados a malhar

Rafael Dantas

Será que pessoas transplantadas podem fazer musculação ou portadoras de osteoporose podem se exercitar? Atividades físicas específicas para grupos especiais, como diabéticos, hipertensos, cardiopatas, entre outros, ganham a cada dia novos adeptos no Recife e mais profissionais de educação física se especializam para atender a crescente demanda das academias, de olho nessas pessoas que estão correndo atrás de reabilitação da saúde.

A educação física já é vista como um fator coadjuvante ao tratamento de diversas patologias. Para o professor Aldemir Teles, especializado em fisiologia do exercício e mestre eu neurociências, não há “proibição absoluta” para a prática de atividades físicas para nenhum grupo específico. “O que deve existir é o reconhecimento das limitações de cada pessoa para conduzir um programa adequado”, ressaltou o professor que coordena a Real Corpore, que atua dentro do Hospital Português e atende diversas pessoas com cardiopatia e até um paciente vítima de acidente vascular cerebral.

O primeiro passo para se escolher o exercício que contribua para a recuperação da saúde e que não promova riscos é apresentar detalhadamente ao professor de educação física ou ao personal trainer um quadro detalhado da doença ou trauma, com os exames relacionados. Só de posse das informações do estado de saúde do paciente e, geralmente, com a participação do médico ou fisioterapeuta, é escolhido o tipo de atividade, a intensidade e a duração de cada exercício. “É preciso identificar as necessidades reais de cada um, realizar uma bateria de testes que vão indicar o tipo de atividade ideal”, disse o professor da UPE William Serrano Smethurst, mestre em exercício e saúde.

Entre os grupos que mais procuram as academias, estão os diabéticos e os hipertensos. No primeiro caso, os exercícios tem que ser direcionados para que o corpo promova o controle dos níveis de glicose no sangue e o peso corporal. Já com hipertensos, os cuidados são redobrados, sendo necessária a realização da aferição de pressão antes e depois dos exercícios e monitoramento da frequência cardíaca. Em ambos os casos, o trabalho de musculação é indicado, mas com atenção personalizada de um instrutor especializado.

Os treinamentos funcionais, que se caracterizam por não trabalhar os músculos isoladamente, mas desenvolver atividades com o corpo em movimento, têm sido procurados tanto por hipertensos, como por pessoas que estão passando por uma fase de reabilitação por traumas de acidentes. “A grande vantagem do treinamento funcional é preparar o corpo para atividades do dia a dia, simulando movimentos fundamentais como agarrar ou puxar, subir e descer”, exemplificou Carlos Kucera, especialista em treinamento esportivo com ênfase em atividades funcionais.

Precisando de um ritmo mais suave do que a musculação e os treinamentos funcionais, as pessoas com problemas de coluna têm no pilates uma opção para recuperação. Segundo o professor Augusto Cavalcante, que tem formação em pilates e é especializado em reabilitação da coluna, os pacientes com lombalgia e hérnia de disco são frequentes. “O pilates é um método que funciona bem com esses pacientes porque trabalha com o fortalecimento global e com o alongamento”, disse o professor.

Para os pacientes que foram transplantados, que possuem uma necessidade de recuperação muscular, as atividades podem ser iniciadas no período hospitalar. “Ainda sob o acompanhamento do fisioterapeuta, o paciente já pode começar a fazer caminhadas no próprio quarto e exercícios de sentar e levantar”, exemplificou o professor Fábio Campos, especialista em treinamento de força e reabilitação cardíaca e grupo especial. Passado o período de recuperação hospitalar, a indicação do especialista são atividades leves de musculação, que vão se elevando gradativamente até chegar num nível próximo ao de uma pessoa não transplantada.

Os profissionais mapearam uma característica que os diferenciam do frequentador habitual: eles são mais fiéis. Como a opção por buscar um profissional qualificado tem a saúde como fator motivador, e não a estética, eles dificilmente abandonam a prática dos exercícios orientada.

Fonte: Jornal do Commercio - Especial Sáude

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